Escrevi este texto alguns dias após o fatídico acidente que tirou a vida do cantor.
Hoje faz 11 dias que faleceu o cantor Cristiano Araújo, e
venho depois disso tentar compreender o que vem acontecendo com a mídia, as
redes sociais e nosso dia a dia.
A mídia (Empresas Globo) ainda estão fazendo programas,
matérias, dando destaque não só ao fato do acidente fatal mas também à carreira
deste cantor que teve o termino da vida tão precoce. Quando coloco as Empresas
Globo como centro disso tudo é pelo simples motivo de seu braço musical, a Som
Livre, possuir grande parte da distribuição e divulgação dos artistas ligados
ao ramo musical conhecido como Sertanejo Universitário.
Houveram diversas discordâncias com relação ao tema, uma
parte da sociedade afirmando que desconhecia o trabalho do cantor e outra parte
deixando claro que conhecia seu trabalho. O momento belicoso e polarizado do
país se mostrou mais uma vez, pessoas achando que desconhecer o trabalho do
cantor era uma falta de respeito, pessoas que faltaram com o respeito com a
pessoa do cantor por não gostar de sua obra, matérias de revistas
sensacionalistas fazendo uma leitura sócio-econômica-cultural do país a partir
do fato do conhecimento ou não do trabalho do cantor, mostrando um despreparo
sobre vários temas.
Cristiano Araújo tinha (pelo menos em minha pesquisa,
perdoe-me se estiver errado) 6 CDs lançados e alguns sucessos, sendo o mais
famoso o “Bara Bara”.
A morte do cantor, a exploração midiática e a situação
belicosa com que foi encarado mostram algumas coisas, mostra que as redes
sociais realmente deram voz às pessoas, todas as pessoas, de todas as “tribos”,
línguas e filosofias, pessoas pró e contra a exploração midiática do fato
apareceram, defenderam seus pontos de vista, alguns famosos e anônimos foram
julgados por não conhecer ou não achar a obra do cantor algo de relevante valor
cultural para o país, outros mostrando que gostavam e cantavam e quando podiam
iam ao show.
No fundo o que percebo é que pouco disso tem a ver
realmente com a morte e a dor dos próximos ao cantor, tem a ver com a qualidade
da obra por ele cantada e/ou composta. Tudo isso tem a ver como a mídia mostrou
e explorou o caso.
Pelo cantor possuir um contrato com a Som Livre faz todo sentido as Empresas Globo fazer mídia da situação,
isso valoriza o cantor, valorizando seus trabalhos (CDs e DVDs) que são
vendidos pela empresa, trazendo o lucro esperado, pois o único motivo que tanto
o cantor quanto a empresa produziu o material é para obter lucro, como todos nós trabalhamos em nossos
empregos seja ele qual for.
A minha opinião sobre o caso é que entendo a situação da
empresa, se concordo ou não é outro fato, eu entendo. Ela existe como empresa
para obter seu lucro, como todas empresas existem e como todos trabalhamos para
isso. A Rede Globo valoriza o artista que esta em contato com ela por que isso
significa a própria valorização e ela sabe que este mercado musical do
sertanejo universitária é muito dinâmico e rápido, logo outros cantores ou
duplas surgirão e Cristiano cairá no esquecimento, ou alguém aqui lembra qual
foi o “Bara Bara” de 2011? Não, quase ninguém lembra, mostrando como este
sucesso evapora, não falo aqui se a obra é boa ou ruim, apenas constato que o
mercado necessita sempre de novidades para vender.
Aos críticos deste movimento, digo que precisam apoiar e
incentivar os artistas musicais de seu agrado neste caso, para fortalecer um
mercado e que desta maneira consigam lucro neste mercado para atingir mercados
maiores, sei do discurso purista do: “isso é bom e deveria estar na mídia”, nem
sempre é assim e não falo na arte apenas, em se tratando de mercado a situação
é sempre complexa, tem de existir a tensão oferta/demanda, todos procuram
situações melhores para si e as empresas não agiriam de maneiras diferentes. Eu
sei que os meios de comunicação possuem uma liberação estatal para funcionarem
e que por isso deveriam fazer contrapartidas culturais e artísticas, mas isso
também é assunto para um outro papo, hoje me retenho a situação como ela
realmente é.
A morte deste jovem cantor só foi importante para a mídia
por que a mídia lucrou, tanto com a vida e também com a morte do cantor.
Seu primeiro nome era Cristiano, o segundo foi Araújo ou
Ronaldo, por que o nome é o que menos importa se gerar lucro.
Meus sentimentos sinceros aos amigos, parentes e fãs do
cantor.
Sim, ja ia me esquecendo, os sucessos sertanejos de 2011
foram, Fugidinha (Michel Teló) e Adrenalina (Luan Santana), confesso não ter
sido fácil encontrar a lista das mais tocadas em 2011.